Alguns setores da economia foram mais afetados pela crise da pandemia do que outros. Muitos podem pensar que os negócios na área de saúde fugiram a essa regra, por muitas vezes realizarem serviços essenciais. Contudo, esse não é o caso de muitas clínicas e consultórios, visto que até o dia 10 de junho, em Pernambuco (totalizando três meses após o início da adoção de medidas de distanciamento social no estado), estavam suspensos diagnósticos, consultas e cirurgias eletivas.
Além disso, quando da volta das atividades acima citadas, os estabelecimentos privados tiveram de conciliar o controle de um caixa já defasado com novos gastos: adaptações necessárias à biossegurança dos profissionais de saúde e à dos pacientes.
Acompanhe nosso artigo para entender melhor esses impactos e saber controlá-los no seu negócio em saúde.
Controle Financeiro
O primeiro impacto sentido pelos gestores de clínicas e consultórios no início da pandemia foi aquele que afetou tantos outros: a gestão financeira. Muitos dos responsáveis por esses negócios já não vinham com um controle de caixa efetivo, principalmente em se tratando de estabelecimentos de pequeno porte e médio porte. Isso em muito se deve ao fato de que, nesses casos, é bem comum que o proprietário tenha formação em saúde mas não em administração ou contabilidade.
Tendo em vista a brusca mudança na arrecadação, que em muitos casos se viu simplesmente congelada, algumas medidas foram e podem ser adotadas para realizar um controle emergencial de custos:
Uso da telemedicina: embora ainda não haja muito engajamento na realização de teleatendimentos no Brasil e em Pernambuco - ou, pelo menos, não houvesse antes da pandemia -, alguns profissionais decidiram investir no aprendizado e conseguiram cobrir seus gastos. Um ponto positivo importante da teleconsulta no contexto de uma pandemia é que, estando em seu lar, o paciente se sente mais seguro e portanto mais confortável para se abrir e voltar em consultas futuras. Se aliados ao uso de estratégias de marketing eficazes, os teleatendimentos podem ser um investimento de alto retorno.
Aproveitamento das leis financeiras e auxílios a empresas: medidas de auxílio a empresários foram implementadas durante a pandemia. Como exemplos, temos a Resolução CGSN n° 154, que auxiliou o MEI (microempreendedor individual), prorrogando os prazos de pagamento de tributos no âmbito do Simples Nacional e também o auxílio emergencial para microempresas. Essas medidas contribuíram bastante para evitar o fechamento de consultórios.
Utilização de reservas financeiras: todo negócio precisa de algum capital de giro, bem como reservas emergenciais. As clínicas e consultórios que possuíam uma gestão financeira mais apurada foram capazes de controlar os prejuízos causados pela paralisação.
Realização de empréstimos: o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) é uma linha de crédito criada para atender aos pequenos negócios no Brasil que enfrentam dificuldades por conta da pandemia da Covid-19. Esse apoio financeiro foi fornecido pela Caixa Econômica e pelo Banco do Brasil e foi um ponto-chave para muitos pequenos negócios em saúde. É importante, para aqueles que ainda não o fizeram, se informar sobre esse possível auxílio o quanto antes, pois desde o dia 21/09/2020 já restam menos de 300 milhões de reais para empréstimos do Pronampe da fase 2 da reabertura da economia.
Corte de funcionários: essa medida foi adotada em casos mais extremos e é o que todo gestor busca evitar. Infelizmente, para aqueles que por quaisquer motivo não conseguiram salvar seus negócios por outros meios, foi necessário reduzir temporariamente a folha de pagamento.
Medidas Sanitárias
A Secretaria Estadual de Saúde (ses-pe) divulgou no Diário Oficial a Portaria SES Nº 208 de 08/06/2020 com mais de 30 recomendações para retomada das atividades em estabelecimentos de saúde, que haviam sido suspensas pela própria ses-pe no dia 20 e maio deste ano. Alguns dos pontos mais importantes dessa portaria:
Uso obrigatório da máscara por pacientes e de EPI por funcionários;
Uso frequente do álcool em gel ou da lavagem de mãos, que devem ser colocados em pontos de fácil acesso;
Manter pelo menos 1,5 metro de distância entre profissionais de saúde, colaboradores, pacientes e acompanhantes;
Limitar ao número de um acompanhante por paciente quando tratar-se de caso previsto por lei ou houver necessidade assistencial;
Escalonar intervalo de horário de atendimento de modo a evitar aglomeração, permitindo o agendamento de até dois pacientes por hora;
Organizar a equipe do estabelecimento em grupos pequenos
Instituir uma barreira física de proteção entre os pacientes e atendentes. Quando não for possível, demarcar no chão o espaçamento, de modo a manter uma distância mínima entre paciente e atendente;
Reforçar limpeza e desinfecção de superfícies e materiais de trabalho;
Privilegiar a ventilação natural;
Realizar, sempre que possível, teleatendimentos;
Permitir, sempre que possível, que funcionários no grupo de risco realizem trabalho remoto;
Monitorar a saúde dos colaboradores em relação à COVID-19;
Manter em locais estratégicos alguns materiais informativos sobre a COVID-19;
Para empresas com mais de 20 funcionários, realizações diárias da aferição da temperatura dos trabalhadores.
Conquista da confiança dos pacientes na retomada
A retomada apresenta diversos desafios, mas o principal talvez seja reconquistar a confiança dos pacientes para que eles se sintam menos inseguros de serem atendidos presencialmente. É de importância inestimável que os profissionais responsáveis pelos negócios em saúde de Pernambuco adiram a todas as recomendações para o controle da COVID-19, mas mesmo quando isso for feito é possível que os pacientes tenham receio de visitar um médico, mesmo em casos de muita necessidade.
Nesse contexto, é possível estimular esses pacientes a se consultarem utilizando estratégias de marketing apropriadas, e, como recomendado pelo próprio SES-PE, disponibilizando informativos sobre as precauções que estão sendo necessárias na clínica devido ao COVID-19. É importante estar constantemente informando a eles do funcionamento da clínica: se houve alguma mudança no horário de funcionamento, todas as medidas que estão sendo tomadas para proteger os pacientes e a obrigação destes quando no consultório. Uma ferramenta que pode indicar mais formas de retomar a confiança dos pacientes é o mapeamento da Jornada do Paciente. Também é importante metrificar a satisfação dos clientes após uma visita, perguntando, por exemplo, o quanto eles se sentiriam seguros em visitar o local para um novo atendimento.
Quer ajuda para garantir uma boa retomada das atividades da sua clínica ou consultório? Fale com a BioTech Consultoria.
Comments